domingo, 20 de outubro de 2024

Falta pouco pra o "Escola Sem Partido" ser enterrado

FALTA POUCO PARA O ESCOLA SEM PARTIDO SER ENTERRADO

 
O mais importante a ressaltar sobre o projeto Escola Sem Partido é que ele já foi vetado duas vezes. Ainda resta uma ocasião pra ser enterrado de vez, como todo projeto que tramita entre Câmara, Senado e Presidência.

A charge em questão naturalmente faz apologia a uma música de grande sucesso, "Another Brick in the Wall" do Pink Floyd. Eu acrescentei só uma frase da música do Chico César, que também é por si só um belo protesto. Ela retrata não só uma tendência nacional, como uma tendência mundial à extrema direita, que cai fácil no fascismo ou no nazismo.
Um dos problemas principais da chamada Escola Sem Partido é que em assuntos como nazismo não há como ter uma total "imparcialidade". 
Vários programas humorísticos retrataram muito bem como se daria isso na realidade. O próprio presidente atual estava incentivando os estudantes a usarem celular para filmar os professores em sala de aula, o que geraria um surto de denuncismo e a tendência a uma enorme censura ditatorial. Isso por si só já é contra a função do magistério -- um professor sem liberdade para falar não tem como ensinar bem. 
O governo, em vez de tentar resolver problemas salariais e de superpopulação das classes, lança apenas mais uma carga pesada nas costas de todos os professores, sobrecarregando mais ainda os de Humanas. Como lecionar Sociologia e Filosofia sem emitir opiniões? Para muitos conservadores, apenas a existência de disciplinas como essas já configura a tal "doutrinação". 
Já houve uma relativização ruindo a carga horária ao deixar História e Geografia como opcionais na metade do ano, o que causará uma cegueira política e espacial nesta e nas próximas gerações. O Escola Sem Partido seria mais um pedaço dessa venda para a população e uma bola de ferro nos pés dos professores.
Ferindo o artigo 5º da Constituição, que presume liberdade de expressão, o Escola Sem Partido seria uma espécie de censura do magistério, o que facilitaria o caminho para um novo golpe militar, por exemplo. Vale lembrar que militares se infiltravam como alunos e vigiavam de perto professores de História e de Filosofia, principalmente na ditadura de 1964 no Brasil.
Deixo o link de uma versão ampliada do que foi a minha monografia da pós-graduação (especialização) em Gestão Escolar. Insisti em deixar um capítulo contra a PEC da Morte (241/ 55) e o Escola Sem Partido para servir de documento oficial não só de estudo, mas que pode ser usado durante a aula para assegurar que um professor não seja preso por exercer a sua função.

#AroldoHistoriador 
24/04/2019 

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